Dá pra viver de música tocando em barzinho?
Claro! Evidentemente! Eu mesmo vivi de música tocando em bares por bons anos e estou garantindo que é uma das piores atividades para se realizar musicalmente.
Perdemos qualidade de execução ao tocar lugares ruidosos, onde na verdade somos camada subalterna. Somos uma segunda camada já que a música é de fundo para comer ou para conversar ou flertar, a música como adereço.
Eu vivi de bares em São Paulo que pagavam cachês perto dos quinhentos reais por noite. e também atuei carregando piano, como na gíria musical, tocando em bares pelo táxi e pelo rango.
Fato?
Acho até engraçado lembrar músicos que vão defender cachês de oitenta reais com instrumentos de milhares de reais. Algo como entregar pizza com uma moto BMW ou harley! Não faz sentido nenhum.
Particularmente para tocar na noite, cinco horas por noite somados os intervalos, prefiro ficar em casa estudando ou trabalhando em outra atividade.
Na época que era possível fumar dentro dos bares fechados, depois de tocar cinco horas era como dormir em um cinzeiro gigante. O violão demorava dias para perder o fedo do cigarro. Ao menos isso mudou.
O problema pra viver de música tocando em barzinho é lidar com os proprietários – quase sempre explorando de maneira substancial a mão de obra. Sempre há alguém para tocar mais em conta.
Você leva seu equipamento completo? O proprietário de fornece a tomada? Poxa, complicado.
Quando temos na faixa dos vinte anos parece razoável, depois o ciclo se torna um estorno. Cansativo que só. Toque sim em bares, mas planeje uma carreira mais adequada como músico, e lance suas notas musicais apenas em lugares que te respeitem.
Eu mesmo defendi uma casa muito importante de música brasileira que foi alvo de músicos mal intencionados aqui em São Paulo. Essa casa é de gente verdadeira e realmente oferece condições para o trabalho do músico. Mas a maioria dos lugares não é assim.
#VemProSouzaLima
