É possível identificar o instrumento musical que mais combina conosco mediante avaliações fisiológicas, apenas isso.
Primeiramente pela proporção do instrumento ante o corpo humano – que concederá posicionamento correto – já que os instrumentos foram criados observando questões fisiológicas.
Em segundo lugar pela proporção das nossas mãos ante o mecanismo de execução específico do instrumento como característica individual.
Em terceiro lugar pela coordenação motora que temos mais evoluída até o momento de iniciar a aprendizagem de um instrumento. Ou por alguma limitação fisiológica que eventualmente possuímos, a escolha também pode ser observada, embora o ser-humano quando deseja não possui limitações buscando a superação.
Tudo pode ser desenvolvido enquanto valores motores, e respiratórios – no caso dos instrumentos que utilizam ventilação humana. Mas bom, se possuímos algum problema que influencie na canalização da ventilação humana será previsível orientar-se para um instrumento que não dependa dessa demanda. Correto? Depois de assistir o vídeo acima não sei mais o que responder.
Se a escolha primária do instrumento for certeira sem dúvida chegaremos mais perto do objetivo.
Tocar é uma atividade prazerosa. Eu vi nos anos lecionando um senhor cardíaco de oitenta anos, realizando o sonho de tocar trompete. Lindo!
Embora muitos considerem o início do estudo do instrumento como o primeiro passo do processo de musicalização, como educador particularmente entendo que a partir do momento que desenvolvemos nossa percepção auditiva leiga – aquela que escuta para se divertir, rir, ainda quando criança -, adentramos em um processo empírico de aprendizagem.
Essa audição adiciona da memória valores que sequer sabemos de onde vieram. Aciona fragmentos que devem ser aproveitados na educação instrumental.
É muito mais difícil aprender um instrumento e sua linguagem se não a conhecemos.
Em quarto lugar: Conheça profundamente o instrumento que procura aprender para que se torne uma ação prazerosa tanto quanto para que sirva de referência estética para os estágios do seu aprendizado.
A internet cavou a solidão no processo de aprendizado. Vídeos e mais vídeos. Textos. Apenas para elevar ao quinto ponto: Música é uma arte coletiva. Pode-se até tocar sozinho, mas 90% da música que se faz, com quaisquer dos instrumentos que conhecemos, somos uma ínfima parte de um contexto.
Tocar é algo de extrema relevância para a formação humana, e procurar percursos que otimizem o processo parece sensato. Na visão de educador musical é possível contribuir com certas escolhas, mas sai de casa pra fazer música junto.
Assim em quinto lugar: Procure o coletivo no aprendizado. Faça parte de um grupo. Ou esteja em lugares que te oferecem essa possibilidade.
Melhor que um instrumento musical que combina conosco é o contexto que o instrumento proporciona. O instrumento musical que fará parte de um coletivo de amigos, por exemplo.
Eu particularmente estudava violão clássico até os doze anos, quando um grupo de amigos decidiu montar uma banda. Eu não possuía instrumentos elétricos, com a possibilidade amplificação.
E emprestei um contrabaixo e comecei a tocar na banda, e como o desenvolvimento musical se tornou ainda mais prazeroso! É disso que precisamos para compreender o lugar que a música pode nos levar! Sejamos música sempre!
A música traz uma verdade capilar profunda, enraizada nos vãos de nossa alma. Uma alma polida é fato, uma alma diferenciada é a daquele que toca um instrumento musical.
Não espere o tempo passar!
Em 2000 trabalhava em um projeto social com idosos, e a cada semana ao tocar o violão e cantar para eles, mais do que lágrimas, brotavam memórias. A música de quando era criança que minha mãe me acalentava e a que cantava para o amor da minha vida ou música que me trazia o tempo.
Isso são os benefícios da música. E não é apenas o instrumento que combinava com você, é a vida que combina com música. Sem tempo, sem necessidade de começo, sem vocação, sem amanhã ou depois. Apenas música!
#VemProSouzaLima
