Violão tenor? Que instrumento é esse?

violão tenor
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O violão tenor é um instrumento de cordas, cordofone  pinçado, com quatro cordas, de tamanho intermediário entre o violão clássico (violão) e o cavaquinho.

O violão tenor, antecipadamente, nome que recebeu no Brasil na década de 1940, usa uma afinação que se aproxima a afinação adotada pelo Bandolim. Ambos instrumentos são afinados em quintas justas, sendo que o violão tenor é afinado quinta abaixo.

O bandolim em sol, ré, lá e mi, enquanto o tenor em dó, sol, ré e lá. O dó de onde parte a afinação do violão tenor é correspondente ao dó do segundo espaço em clave de fá, do piano, embora a leitura se para o instrumento ocorra em clave de sol – por se tratar de um instrumento transpositor.

Justamente a introdução do instrumento no Brasil ocorreu pelo multi-instrumentista das cordas, o paulista Anibal Sardinha (1915 – 1955), compositor e violonista, conhecido como Garoto.

Conta-se que em excursão com a cantora luso-brasileira Carmen Miranda, aos Estados Unidos, Garoto se interessou por um Ukulele tenor, e o trouxe para o Brasil adaptando-o para uma nova afinação e espécie de cordas.

O ukulelê utiliza cordas de náilon enquanto o tenor cordas de aço.

O violão tenor tem cordas simples, em detrimento do bandolim e a viola brasileira que tem cordas duplas.

Vale ressaltar que a afinação em quintas é idêntica a de uma viola erudita. Em iguais alturas. As notas do violão tenor são comuns ao violoncelo (mas em oitava acima) e à viola erudita (na mesma oitava), do grave ao agudo: dó, sol, ré e lá (440 hertz – é a afinação da corda mais aguda).

É um instrumento utilizado na música brasileira do choro (chorinho) ao samba. E foi imortalizado nas capas dos álbuns do grupo Demônios da Garoa.

O instrumento faz contracantos melódicos, mas também é usado como solista ou como instrumento de acompanhamento. 

É possível ouvir o violonista Garoto atuando como tenorista (nome que se dá no Brasil para quem toca violão tenor) em grupos diversificados de música brasileira. Uma herança que deu a outros instrumentistas brasileiros como Zé Menezes, Pedro Miranda e Alessandro Penezzi.

Eu mesmo toco violão tenor, e gravei em alguns álbuns esse instrumento.

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É um instrumento pouco conhecido, nada que se compare ao cavaquinho, ao bandolim e ao violão (mais do que todos eles), mas ainda tem potencial musical para desenvolvimento técnico e composicional.

Não existe uma bibliografia que trate exclusivamente do instrumento, e o aprendizado geralmente ocorre por meio da oralidade e dos fonogramas.

O violão tenor é realmente algo encantador e cheio de possibilidades! Ouça o som!

 

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João Marcondes é compositor, arranjador, produtor musical e um dos maiores educadores musicais do Brasil. Possui mais de cinquenta livros lançados, metodologias completas, e cursos aprovados no MEC e Secretaria da Educação. É gestor educacional e empreendedor. Tem mais de mil artigos publicados falando sobre música. E aqui, no Blog Souza Lima mais de dez milhões de leituras em seus textos.