Como criar uma trilha sonora?

Como criar uma trilha sonora?
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Como criar uma trilha sonora?

Os processos criativos envolvidos no desenvolvimento de uma trilha sonora são os mesmos aplicados para a composição e para o arranjo.

Quando produzimos trilha sonora atuamos com transposição diatônica, transposição real, espelhamentos, potencializamos as características das estruturas escalares, usamos do ritmo, e produzimos ostinatos.

Ao planejamento final organizamos por camadas a trilha sonora, e aí chegamos ao ponto fundamental: por tratar-se de uma trilha sonora a primeira camada é o que se pretende ilustrar.

Ou seja, a melodia principal está de acordo com o que visualizamos quanto a experiência visual. É como incluir nas preocupações de uma obra musical um elemento que a priori pareceria externo.

A imagem que se pretende sublinhar deve ser considerada parte de um todo, sendo estranho ouvir uma trilha sonora isolada da obra que ela alimenta, a priori por poder tratar-se de algo indissociável.

A trilha sonora na maioria dos casos é uma música criada para ser dependente, ao contrário do que se cria em música com o intuito da apreciação livre.

Há trilhas sonoras sem dúvida, vide Pior Ilitch Tchaikovski em seus balés, apreciáveis como música pura. Inegavelmente obras muitos bem compostas conectadas precisamente ao corpo de baile e apreciáveis como sugeriu J.S. Bach.

Compositores de música erudita principalmente, e ainda mais os que atuam com eletroacústica e música serial, costumam considerar trilha sonora um gênero musical menor. Mera estupidez.

A trilha sonora é apenas mais uma estratégia da composição, como é a canção, por exemplo, igualmente maltratada por esse naco da música erudita, que se considera vanguardista em seus próprios ouvidos – sendo apreciados apenas por alunos, iniciados ou por sua família. Sendo que essa ideia de composição necessita experiência e técnica.

Para desenvolver trilha sonora, dentro dos parâmetros propostos pelos diretores de outras áreas, é preciso compreender o sentimento. O que se pretende passar. O que se pretende conectar.

Nos meus quatro balés me encontrei despido. Imaginava que proporia uma música para ser dançada. Engano meu. As obras coreográficas, na realidade protagonistas, esperavam as camadas inferiores que conectam o fazer musical. Imagine criar uma obra inteira olhando uma coreografia sem música. Esse foi meu desafio.

Para criar uma trilha sonora então é preciso: 1| Compreender do que se trata cada cena. 2| Marcar pontos que podem refletir em pulsação. 3| Mapear compassos a partir do pulso. 4| Cravar a partir daí ideias melódicas que venham a ilustrar os principais movimentos e proposições da cena. 5| Identificar motivos individuais e coletivos presentes na obra – personagens, encontros e ocasiões. 6| Utilizar das técnicas composicionais para desenvolver a obra de modo a alinhar as ideias.

Quer falar mais disso? Leciono um curso apenas para convidados na instituição, quem sabe seria o caso de participar? Me escreve um e-mail: joao.marcondes@souzalima.com.br

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#VemProSouzaLima

 

Pós Graduação
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João Marcondes é compositor, arranjador, produtor musical e um dos maiores educadores musicais do Brasil. Possui mais de cinquenta livros lançados, metodologias completas, e cursos aprovados no MEC e Secretaria da Educação. É gestor educacional e empreendedor. Tem mais de mil artigos publicados falando sobre música. E aqui, no Blog Souza Lima mais de dez milhões de leituras em seus textos.