Como escolher que tensões usar em um acorde?

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Como escolher que tensões usar em um acorde?

Respondo essa questão diariamente aos estudantes de instrumento de nível médio e avançado. Afinal: Como escolher que tensões usas em um acorde?

O fato é que já não escolhemos as tensões, e a não ser que propusemos em um trabalho criativo, totalmente artístico, um novo conceito musical, precisamos respeitar o que se consolidou nos gêneros e estilos musicais.

Isso mesmo! As tensões que você pensa que vai escolher, já foram escolhidas por você! Entende? Sim! Os gêneros e estilos possuem uma carga conceitual estipulada em sua presença no mercado fonográfico. Precisamos então definir através da percepção fonográfica o que se permite quanto as tensões em um gênero musical.

Não basta saber que o I7M de uma tonalidade maior pode receber nona maior e décima terceira maior. É preciso saber se o gênero musical ou estilo que você está tocando permite a utilização até mesmo da tétrade.

O samba, por exemplo, até a década de 1950 utilizava apenas tríades, tétrades presentes cumpriam função dominantes, maior com sétima menor.

Episódio ilustrativo

Um dos episódios mais patéticos que pude assistir foi um show do saudoso compositor Monarco da Portela, um autêntico sambista brasileiro. Suas composições, muito bonitas, algumas gravadas por expoentes da música brasileira como Roberto Ribeiro, Clara Nunes e Paulinho da Viola, fazem quase que na totalidade uso de tríades, e tétrades em função dominante.

O gênero musical não permite tensões de acorde, ou melhor extensões de acorde. Leia o texto sobre isso aqui em nosso BLOG! Mas a banda contratada por um produtor desavisado tinha um dos violonistas brasileiros mais virtuosos de jazz.

Pois bem! A cada acorde empilhavam-se tensões e tensões! A cada dedilhada, o cantor, ele mesmo o protagonista, virava para trás incomodado com o acompanhante. Foi assim o show todo.

A resposta então caro leitor é para escolher que tensões usar você precisa ouvir muita música e seguir as tradições que foram depositadas nos gêneros e estilos em sua história fonográfica.

Essa orientação não está nos livros, e infelizmente não está em grande parte dos cursos por aí!

#VemProSouzaLima

Pós Graduação