O que é uma tonalidade menor?

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O que é uma tonalidade menor?

As composições musicais desde meados do período renascentista, por volta do século XVII, passaram a concentrar suas constituições em projeção tonal. Tonal é um termo proveniente de tônus, que significa força, ou seja, define que um som em especial projeta-se como centro.

No período Medieval e em parte do Renascimento o sistema para a prática musical, reconhecido por historiadores e músicos, era conhecido como sistema modal. Baseado em modos, e notas de finalização, que propunham finalização em determinado som, não por força, apenas por representar um ponto final – a grosso modo.

Embora não se possa comprovar totalmente quanto a alturas e proporções, o sistema modal remonta a três séculos antes de Cristo, a partir de suas primeiras menções.

O sistema modal foi amplamente desenvolvido nas civilizações politeístas, greco-romanas. Os eclesiásticos então procuravam um meio de consolidar o Deus único, por intermédio ou apoio de uma estrutura musical.

Quando os eclesiásticos escolheram o modo jônio para representar uma ideia de Deus único, consolidou-se esse novo formato de então, o sistema diatônico (ou tonal).

Primeiro então foi o modo jônio, a seguir o modo eólio, representando um tom maior e um tom relativo menor.

Tonalidade menor então é aquela que encontra entre a fundamental e o terceiro grau, em primeira análise, um intervalo de um tom e um semitom, enquanto o modelo maior possui dois tons entre fundamental e terceiro grau.

Maior: Tom – Tom

Menor: Tom – Semitom

Por esse motivo o terceiro grau é chamado de mediante.

Ainda há outros elementos já que para estabelecer de fato uma tonalidade menor foi preciso a utilização simultânea de três escalas – menor primitiva (sinônimo de modo eólio), a menor harmônica e a menor melódica.

São doze tonalidades maiores e doze tonalidades menores. A síntese final do modelo de vinte quatro tonalidades, na história da música, atingiu ápice na coleção de peças “O cravo bem temperado”, referência ao temperamento – ação proporcional entre 12 alturas, de J.S. Bach, apenas no período Barroco.

Em programas de musicalização infantil talvez seja comum enfatizar que a tonalidade menor conserva caráter triste, mas é um equívoco recorrente. A expressividade e organização dos sons sim compõem a expressividade em diversas esferas, sendo a tonalidade (apenas) uma delas.

Não se pode dizer que “Beijinho no ombro” é uma música triste, mesmo estando em tonalidade menor, ou “Despacito”. Ou que “Clair de Lune” de Claude Debussy é uma música que emana alegria por estar em tonalidade maior.

#VemProSouzaLima

Essa reflexão apenas começou. Demos o primeiro passo para esclarecer tonalidade menor.

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João Marcondes é compositor, arranjador, produtor musical e um dos maiores educadores musicais do Brasil. Possui mais de cinquenta livros lançados, metodologias completas, e cursos aprovados no MEC e Secretaria da Educação. É gestor educacional e empreendedor. Tem mais de mil artigos publicados falando sobre música. E aqui, no Blog Souza Lima mais de dez milhões de leituras em seus textos.